OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE EXTRATOS NATURAIS DE RESÍDUOS DE NOZ-PECÃ (CARYA ILLINOIENSIS)
Rótulo
rejeito, agroindustrial, compostos, fenólicos, atividade, antioxidante
Resumo
A indústria alimentícia brasileira apresenta um crescimento contínuo e significativo na economia do país, estimando-se ser responsável por uma parcela de 10,6% do PIB total do Brasil, tornando o país o segundo maior exportador mundial de alimentos em volume e o quinto maior exportador em valor. No entanto, é também responsável pela produção de um elevado volume de resíduos que, quando impropriamente descartados, podem contribuir negativamente em impactos ambientais. Tendo em vista a presença do Brasil nesse setor, infere-se que uma grande quantidade do que poderia ser utilizado como matéria-prima no desenvolvimento de novos produtos acaba sendo descartado, muitas vezes indevidamente. As nozes são caracterizadas pelo fruto seco e casca rígida, sendo seu consumo conhecidamente benéfico para a saúde humana, devido à presença de diversos compostos bioativos em sua composição. Dentre esses compostos pode-se citar os macro e micronutrientes, fibras, vitaminas, minerais e, principalmente, um elevado teor de compostos fenólicos, atribuindo propriedades antioxidantes à noz. As nozes têm por exemplares as avelãs, castanhas, pistache e pecã. A noz-pecã, em particular, possui um alto valor agregado ao fruto, assim como uma grande popularidade. Apesar de não ser endêmica do país, é amplamente cultivada em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Da noz-pecã aproveita-se o fruto e apenas uma pequena porcentagem da casca que é comercializada como chá, sabendo que cerca de 50% do peso do fruto refere-se unicamente a casca. É nesse subproduto que se encontra a oportunidade de investigar a existência de compostos bioativos. Este trabalho tem como objetivo caracterizar o extrato da casca de noz-pecã, com enfoque na atividade antioxidante, em especial nos compostos fenólicos, por conta de suas possíveis aplicações como aditivo em membranas poliméricas, atribuindo valor ao resíduo. Primeiramente foi realizada a coleta do material em uma propriedade rural particular, localizada no distrito de Santa Maria (29.88926-53.87125), acompanhada pela separação manual das cascas, seguida de sua higienização com uma solução de hipoclorito de sódio 5-2,5% (v/v) e finalizada com a lavagem utilizando água destilada. O material foi então seco em uma estufa com circulação de ar forçada a 40°C durante 24 h. Após secas, as amostras foram moídas em um moinho analítico e peneiradas, selecionando as partículas com diâmetro inferior a 250 µm. A extração foi realizada com a proporção de 5:100 (g biomassa moída: mL solvente), tendo uma solução etanólica 40% (v/v) como solvente. Na extração foi empregada a técnica de maceração sólido-líquido, fazendo uso do banho metabólico de Dubnoff a 88°C por 2 h. Posteriormente foi realizada a filtração a vácuo nos extratos, separando o material particulado. O extrato filtrado passou por um processo de evaporação em rotaevaporador, com o intuito de remover o etanol. Por fim, o material foi congelado e liofilizado durante 48 h em alto vácuo (≅0,3 mmHg) a -50°C. A caracterização foi realizada quanto às propriedades antioxidantes e teor de compostos fenólicos, solubilizando 0,2 mg de extrato seco em uma 1 mL de metanol. O teor de compostos fenólicos totais foi analisado empregando o método de Folin-Ciocalteau e seus resultados obtidos através da curva padrão de ácido gálico (50 a 1000 mg mL¬¬-1) e expressos em mgGAE·g-1 de extrato seco. Já o potencial antioxidante foi quantificado utilizando DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil) e método de redução do ferro, o qual é expresso em μM FeSO4·g-1. O primeiro método avalia a capacidade do reagente de capturar o radical, enquanto que o segundo analisa a redução de íons de ferro. A medição dos compostos fenólicos trouxe por resultado 1433,333 ± 4,904 mgGAE·g-1. Já a análise da atividade antioxidante resultou em 39,939 ± 11,4629% para o primeiro método e 5515,61 ± 1,79% μM FeSO4·g-1 para o segundo. Segundo a literatura, os resultados obtidos para o extrato da noz-pecã apresentaram um alto teor de compostos fenólicos, porém uma baixa atividade antioxidante, devido à baixa concentração do extrato. Em análises futuras, se pretende examinar ainda as propriedades microbiológicas do extrato e por fim, avaliar o potencial do uso da casca da noz-pecã em produtos farmacêuticos.Downloads
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Publicado
2022-11-23
Como Citar
HASSE TONET, E.; VAZ THOLOZAN, L.; VALÉRIO FILHO, A.; SILVEIRA DA ROSA, G. OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE EXTRATOS NATURAIS DE RESÍDUOS DE NOZ-PECÃ (CARYA ILLINOIENSIS). Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.
Seção
Artigos