A DINÂMICA DOS MERCADOS AGROALIMENTAREEM ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA E COMUNIDADES RENANESCENTES DE QUILOMBOS DO RIO GRANDE DO SULS
Rótulo
MERCADOS, ASSENTAMENTOS, DE, REFORMA, AGRÁRIA, COMIDADES, QUILOMBOLAS, FEIRANTES, AGRICULTURA, FAMILIAR
Resumo
A inserção dos(as) agricultores(as) nos mercados é amplamente reconhecida e corriqueira na atualidade. Raros são aqueles(as) que não comercializam a sua produção ou vendem pelo menos os excedentes que não são consumidos ou ainda que se inserem em mercados de serviços ou de trabalho. A pesquisa ainda está em fase inicial de coleta de dados, espera-se encontrar uma diversidade maior ao estender os trabalhos para o restante do estado, todavia os resultados do pré-teste, além de permitirem adequações ao instrumental metodológico a ser utilizado na pesquisa, permitiram identificar algumas dificuldades comuns a ambas realidades analisadas, bem como apontou diferenças relativas às estratégias e possibilidades de comercialização. Esta é a hipótese geral que pretendemos analisar mediante o estudo das estratégias de comercialização que são acionadas por agricultores(as) que vivem em assentamentos de reforma agrária e em comunidades remanescentes de quilombos. Desta forma, o objetivo geral do projeto consiste em mapear, classificar, descrever e analisar a dinâmica dos mercados agroalimentares e de serviços acessados por comunidades remanescentes de quilombos e agricultores(as) familiares assentados(as) da reforma agrária no estado do Rio Grande do Sul. Em termos metodológicos, a proposta objetiva analisar a dinâmica e o funcionamento dos mercados de determinados produtos agroalimentares utilizando um questionário do tipo survey como instrumento de levantamento de dados, acrescidos de entrevistas e grupos focais. Porém, neste resumo, são apresentados apenas os dados referentes a aplicação do pré-teste do questionário, realizado com feirantes do município de Dom Pedrito e com moradores de uma comunidade quilombola de Santana do Livramento, totalizando 10 respondentes. Os resultados demonstram que as propriedades são pequenas, com área média de 18,1 ha e que ficam a longas distâncias dos mercados, em média 39 quilômetros, sendo as estradas avaliadas como ruins pelos entrevistados. Observou-se ainda que há dificuldades de acesso às políticas públicas de comercialização, o que faz dos atravessadores o principal canal de comercialização, acessado por 70% dos entrevistados, o que se atribui também a baixa escala de produção e as dificuldades para venda direta ao consumidor, dadas as distâncias e qualidade das estradas. Por sua vez, importante destacar que todos afirmam estar satisfeitos com os canais acessados, dizendo ainda que conseguem negociar os preços e que tem nas relações de confiança com os compradores um valor importante. Todavia, apesar desta satisfação, a agência dos entrevistados na construção deste mercado que envolve os atravessadores é limitada, pois apesar de alguma margem de negociação, não conseguem comercializar suas mercadorias nas condições em que gostariam, no caso dos pecuaristas familiares, por exemplo, afirmam negociar preços com base em cotações econômicas da bolsa de valores, acompanhadas pelo rádio, porém não conseguem vender boi gordo, dado que o interesse dos compradores é apenas por animais magros, com menor valor e que permitem ao comprador final finalizar o processo produtivo e ampliar seus ganhos. Identificou-se ainda que enquanto entre os feirantes há pelo menos dois canais de comercialização acessados; no caso dos quilombolas, que são pecuaristas familiares, o único canal acessado são os atravessadores. A pesquisa ainda está em fase inicial de coleta de dados, espera-se encontrar uma diversidade maior ao estender os trabalhos para o restante do estado, todavia os resultados do pré-teste além de permitirem adequações ao instrumental metodológico a ser utilizado na pesquisa, permitiram identificar algumas dificuldades comuns a ambas realidades analisadas, bem como apontou diferenças relativas às estratégias e possibilidades de comercialização quando se comparam agricultores familiares e comunidades quilombolas, ou ainda, entre os sistemas de produção, nesta caso, produtores mais especializados na agricultura familiar e produtores dedicados à pecuária familiar.Downloads
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Publicado
2022-11-23
Como Citar
LORENA VIEIRA, M.; CARLOS JAROSEZWSKI, J.; GUILHERME GONZAGA, J.; ANDERSON SIMÕES DAS NEVES, J. A DINÂMICA DOS MERCADOS AGROALIMENTAREEM ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA E COMUNIDADES RENANESCENTES DE QUILOMBOS DO RIO GRANDE DO SULS. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.
Seção
Artigos