GESTÃO EDUCATIVA COMO AGENTE INIBIDORA OU FACILITADORA DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA

  • Lucas da Silva Leivas
  • Tuane Garcia Medina
  • Elena Maria Billig Mello
  • Diana Paula Salomão de Freitas
Rótulo Gestão, educacional, Inovação, pedagógica, Pesquisa, Formação, professores

Resumo

O Grupo de Pesquisa em Inovação Pedagógica na Formação Acadêmico-Profissional de Profissionais da Educação (GRUPI) consiste em um grupo dedicado a ações de ensino, pesquisa e extensão com foco na inovação pedagógica. Seu intuito localiza-se no fomento de ações destinadas à superação dos desafios educacionais, fortalecendo a parceria entre escola e universidade, por meio do envolvimento de profissionais, tanto do ensino superior quanto da educação básica. A inovação é compreendida pelo GRUPI como produção humana de bases epistemológicas, alicerçadas no caráter argumentativo, crítico e emancipador da ciência emergente. Assim, trabalhamos com a concepção de inovação emancipatória e edificante, ou seja, não atrelada a percepção direta de evolução, reforma, invenção ou mudança. Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo grupo em questão está a pesquisa ampla intitulada Inovação pedagógica nas ações educacionais da Educação Básica e Superior durante e no pós-crise pandêmica, considerando aspectos relativos ao currículo, à gestão, à metodologia. Sendo assim, o objetivo da presente escrita emerge dessa pesquisa ampla, e consiste em desenvolver e analisar ações educacionais com inovação pedagógica nas instituições educacionais partícipes, no que diz respeito à dimensão "gestão" e seu papel como inibidora e facilitadora de inovação pedagógica. Como procedimentos metodológicos, houve a aplicação de um questionário on-line para profissionais da educação básica e superior, seguida da leitura de todas as respostas e a análise com discussão de aspectos emergentes. Assim, foi evidenciado o caráter dualístico da gestão para com iniciativas inovadoras. A gestão trabalha com adversidades e com a necessidade de resolver problemas de imediato, garantindo a melhoria para o coletivo. A gestão deveria contar com os diferentes segmentos e instâncias coletivas do espaço escolar e acadêmico, a olhar sobre ações inovadoras e pô-las em prática. Como resultados parciais das análises, elencamos as possibilidades de insurgências de inovação pedagógica no âmbito da Gestão: (a) aumento da autonomia docente para proposições de estratégias de avaliações alternativas e planos de ensino adaptados, visto que viemos de um Ensino Remoto Emergencial (ERE), onde muitas destas atividades foram trabalhadas diferenciadamente; (b) flexibilização da alimentação ao sistema de informações da universidade e da escola; (c) criação de comitês e núcleos de acompanhamento e apoio docente e discente, principalmente à defasagem de aprendizado causada durante esses dois anos de pandemia da COVID-19; (d) organização de momentos e espaços que fomentem ambientes favoráveis a novas ideias e estímulo à aprendizagem; (e) responsabilidade compartilhada e participação coletiva para implementar os projetos político-pedagógicos dos cursos de graduação e das redes de Educação Básica. Desses, a gestão institucional pode ser agente inibidora da inovação pedagógica se: (i) a equipe diretiva atuar de forma regulatória e centralizadora; (ii) há tomada de decisões restritas a alguns profissionais ou à direção; (iii) não possibilitar processos de escolha da equipe gestora das instituições escolares, prioritariamente, por meio de votação; (iv) a lógica conteudista predominar no planejamento curricular; (v) a construção do projeto político-pedagógico acontecer na perspectiva instituída, uniformizada como um documento etc. E a gestão pode ser agente facilitadora da inovação pedagógica se: (i) prezar pela colaboração, participação, autonomia, coletividade; (ii) possibilitar o envolvimento de todos os segmentos escolares e acadêmicos nas decisões e ações; (iii) envolver os profissionais da educação na elaboração do projeto político-pedagógico na perspectiva emancipatória; (iv) houver espaços para o diálogo respeitoso; (v) houver a vivência da corresponsabilidade e co-gestão de todos os envolvidos; (vi) tornar o planejamento escolar mais adequado ao contexto da comunidade acadêmica, escolar e local, (vii) conceber a possibilidade de reformular e lidar com escolhas equivocadas; (viii) vivenciar processo gestado democraticamente com ampla participação da comunidade universitária e escolar; (ix) houver respeito à comunidade escolar e acadêmica, notadamente em seus processos autônomos e democráticos de escolha de dirigentes etc. Consideramos que a gestão participativa e democrática assume peça fundamental para a implementação de práticas inovadoras nos espaços educacionais; entretanto, muitas vezes, é uma gestão pseudo-democrática e pseudo-inovadora. Ter uma gestão descentralizada e participativa, que promove a autonomia docente e discente e que dá voz a toda comunidade, é essencial para caminhos mais humanizadores e democráticos.

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Publicado
2022-11-23
Como Citar
DA SILVA LEIVAS, L.; GARCIA MEDINA, T.; MARIA BILLIG MELLO, E.; PAULA SALOMÃO DE FREITAS, D. GESTÃO EDUCATIVA COMO AGENTE INIBIDORA OU FACILITADORA DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.