EMOÇÕES DOS USUÁRIOS EM VÍDEOS EDUCACIONAIS: PERSPECTIVAS ANALÍTICAS PARA A PRODUÇÃO DE MOOCS

Resumo

Em tempos onde o crescimento tecnológico envolve diferentes âmbitos (pessoal, profissional e acadêmico), é notável o crescimento de modalidades de educação virtual e a distância. Diante do distanciamento social, o interesse pela aprendizagem online e capacitação profissional tornou-se novamente prioridade na capacitação profissional e acadêmica. Os Massive Open Online Courses (MOOCs), os quais são cursos online, massivos e abertos, tiveram maior visibilidade, tornando-se essenciais para capacitar as pessoas, promovendo um novo método de ensino, com tendência de crescimento exponencial. A utilização de vídeos é comum em modalidades de ensino online e estão se tornando um fator importante no que diz respeito à reação emocional estabelecida no processo de ensino-aprendizagem. As características dinâmicas dos vídeos atingem antes à emoção do que à razão e podem ser instigantes para a continuidade dos estudantes em determinada tarefa ou curso. Existem estudos que caracterizam como fundamental o papel das emoções na aprendizagem, capazes de acelerar ou perturbar a construção do conhecimento e está interligada aos esquemas cognitivos e às dimensões emocionais. Diante disso, este estudo visa entender como a presença de determinadas características nos vídeos educacionais direcionados a um MOOC podem influenciar nas emoções dos usuários. Para isso, foram mapeadas as emoções dos usuários ao assistir vídeos (disponibilizados em um MOOC) com diferentes características, estabelecendo um comparativo entre as emoções observadas nos diferentes vídeos para produzir um guia com base na análise realizada, contendo orientações aos docentes que visam ofertar MOOCs na Universidade Federal do Pampa. O desenvolvimento da pesquisa se deu em quatro etapas, sendo a primeira de revisão bibliográfica e definição do método para inferência das emoções. O método escolhido foi a inferência a partir das expressões faciais (através da utilização do software EZ-MMLA ToolKit) e aplicação de um questionário após a exibição de cada vídeo. Posteriormente, foi realizada a avaliação das emoções dos usuários ao assistir os vídeos. Foram escolhidos quatro vídeos disponibilizados em um MOOC, onde o primeiro contém uma aula expositiva em que o professor apresenta o conteúdo no formato padrão, o segundo apresenta uma animação e é do tipo quadro branco com narração por voz sintética, o terceiro é semelhante ao segundo, tendo como diferença a narração realizada por voz humana e, por fim, o quarto vídeo é um tutorial que apresenta uma plataforma para criação e edição de vídeos. A terceira etapa foi a análise dos dados e, por fim, a partir da análise, foi realizada a criação de um guia com dicas sobre a criação de vídeos para MOOCs. Em termos gerais, foi possível definir que o vídeo melhor aceito foi quarto vídeo, que apresenta o tutorial e o menos aceito foi o segundo vídeo, que trouxe a narração por voz sintética. Considerando os comentários e percepções observadas na análise do questionário, foi possível identificar que a aceitação do quarto vídeo sofreu influência pelo interesse pessoal dos participantes na temática apresentada, já em relação ao vídeo menos aceito, os comentários e percepções confirmaram o que já se havia encontrado na revisão bibliográfica: a escuta de narração humana para algumas tarefas tem eficácia de aprendizagem superior a escuta de vozes sintéticas. Considerando as análises, o guia foi produzido enfatizando dicas e itens que precisam de atenção durante a projeção de vídeos para MOOCs, visando evitar que sejam reproduzidas, nos vídeos educacionais, características apontadas como negativas pelos participantes. As emoções observadas foram, em sua maioria, tristeza e neutralidade, isso demonstra uma limitação da ferramenta utilizada, que considera apenas as emoções básicas: alegria, tristeza, raiva, medo, desgosto, surpresa e uma emoção de neutralidade quando a expressão não se enquadra nas emoções básicas. Isso demonstra que a utilização de uma inferência que considere emoções secundárias poderia possibilitar uma análise mais assertiva.