MONITORAMENTO DE ÁREAS CAMPESTRES A PARTIR DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

  • Aleteia Pauleski
  • Fabio Lopes dos Santos
  • Aline Biasoli Trentin
Rótulo Bioma, Pampa, Índices, espectrais, Mudanças, uso, cobertura, terra, Google, Earth, Engine

Resumo

O bioma Pampa ocupa aproximadamente 63% do território do estado do Rio Grande do Sul, localizado principalmente na metade sul do estado. A vegetação natural tem grande diversidade, sendo predominante as gramíneas, entremeada por espécies de ervas, arbustos e pequenas árvores. Para a vegetação natural deste bioma, a variação climática sazonal é um dos fatores responsáveis pela variabilidade na produtividade da vegetação campestre. Com o passar do tempo, atividades antrópicas, principalmente a intensificação de atividades agropecuárias e florestais, têm gerado mudanças significativas neste ecossistema. Nesse contexto, este estudo objetivou monitorar áreas campestres distribuídas no Bioma Pampa por meio de índices de vegetação, a fim de verificar a variabilidade espacial e temporal dessas áreas no período de 2011 a 2021, bem como acompanhar possíveis alterações no manejo e conservação das áreas amostradas. Para isso foram coletados dados do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) e do Índice de Vegetação Realçado (EVI), pela ferramenta Earth Engine Code Editor disponível no Google Earth Engine. Nesta etapa elaborou-se um script contendo uma seleção de imagens do sensor MODIS, correspondente ao produto MOD13Q1v6, bem como pontos amostrais referentes a áreas campestres distribuídas em diferentes locais do Bioma Pampa. Estes locais correspondem a parcelas previamente levantadas para o projeto NEXUS/CNPq, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e outras instituições. Os dados disponibilizados na plataforma foram transferidos para uma planilha eletrônica e organizadas as séries temporais para cada índice (NDVI/EVI), considerando a média dos valores encontrados nos pontos amostrais em cada local/município. Os resultados para o NDVI no período de 2011 a 2021 demonstraram perfis temporais correspondentes à vegetação campestre para a maioria dos locais, com variações intranuais entre 0,4 e 0,8, sendo de maneira geral encontrados os valores menores na estação fria e valores maiores na estação quente. Algumas amostras apresentaram comportamento que pode estar relacionado à vegetação campestre associada a pastagem, bem como a cultura temporária, no qual se observa valores acima de 0,7 nos períodos de verão e inverno. Os perfis temporais de EVI mostraram comportamento similar ao NDVI para a maior parte dos locais, com valores que tiveram variação entre 0,2 e 0,6 aproximadamente. Os valores mais baixos de EVI, comparado ao NDVI, podem ser justificados devido as diferentes sensibilidades dos índices associados às bandas espectrais utilizadas para sua formulação. O EVI evidenciou de forma mais acentuada que uma das amostras pode estar realmente relacionada a cultura temporária, visto seu comportamento sazonal bem definido e com valores em período de safra elevados (maiores que 0,7), demonstrando que houve a substituição da vegetação campestre em período anterior a 2011. Observou-se para ambos os índices, que houve diferenças de valores entre as médias das amostras em todos os municípios, no decorrer do período de análise. Este resultado pode ser associado a fatorescomo variações florísticas devido ao clima, topografia, características físicas e químicas do solo, altitude, regime de chuvas, bem como o manejo dos campos, os quais podem diferenciar a disponibilidade, vigor e produtividade da vegetação. Assim, o monitoramento da vegetação campestre por meio de índices de vegetação, considerando sua variabilidade espaço-temporal, demostrou resultados satisfatórios, sendo o EVI mais sensível as mudanças em relação aos diferentes tipos de uso e cobertura da terra. Ainda, destaca-se a possibilidade de utilização destes índices espectrais para outras áreas ou objetivos, ressaltando a importância de dados de sensoriamento remoto e processamento em nuvem.

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Publicado
2022-11-23
Como Citar
PAULESKI, A.; LOPES DOS SANTOS, F.; BIASOLI TRENTIN, A. MONITORAMENTO DE ÁREAS CAMPESTRES A PARTIR DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.