A SEGURANÇA E O POTENCIAL USO DO POLYPODIUM LEUCOTOMOS COMO FOTOPROTETOR SISTÊMICO CONTRA A RADIAÇÃO UV-A EM CAENORHABDITIS ELEGANS

  • Paula Trevisan
  • Aline Castro Silva
  • Daiana Silva Ávila
  • Danielle Araujo Agarrayua
Rótulo Polypodium, leucotomos, Radiação, UV-A, Caenorhabditis, elegans

Resumo

Estratégias inovadoras para a redução dos danos causados pelo fotoenvelhecimento precoce associado à exposição à radiação solar que emite ondas eletromagnéticas UV-A, estão sendo cada vez mais adotadas. O Polypodium Leucotomos (PL) é uma espécie de samambaia encontrada na floresta tropical, com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e de reparo ao DNA, o que permitiu sua aplicação no tratamento de doenças inflamatórias de pele como a psoríase, vitiligo e dermatite atópica. O uso de compostos antioxidantes como o PL como uma alternativa de proteção sistêmica à radiação UV está associado com sua capacidade de diminuir o estresse oxidativo. No entanto, é necessário que haja uma compreensão maior da segurança desse composto para garantir sua aplicação contra os danos causados pela radiação UV. Para avaliação da segurança do PL e de seu uso para fotoproteção sistêmica utilizamos o Caenorhabditis elegans, por tratar de um modelo animal promissor para estudos de envelhecimento. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo comprovar a segurança do PL utilizando a cepa tipo selvagem (N2) em parâmetros de sobrevivência, tamanho corporal e reprodução. Por fim, o trabalho objetivou avaliar a ação fotoprotetora sistêmica do Polypodium Leucotomos contra danos induzidos pela radiação UV-A, utilizando a cepa tipo selvagem (N2) e a cepa transgênica marcada com a proteína verde fluorescente (GFP) na enzima superóxido dismutase -3 (SOD-3), CF1553 {muIs84 [pAD76 (sod-3 :: GFP)]}, que permite avaliar o processo de estresse oxidativo. Após 14 horas do processo de sincronização, as larvas recém eclodidas (estágio L1) foram tratadas em meio líquido com quatro concentrações (100, 300, 500 e 700 μg/mL) de PL, por 30 minutos. O tratamento foi colocado em placas de Petri contendo NGM e E. coli por 48 h (exposição crônica). Para analisar a sobrevivência, os vermes foram contados e comparados com o grupo controle a fim de traçar uma curva-concentração de sobrevivência. A reprodução foi avaliada através do tamanho da ninhada. Para determinação do tamanho dos animais, imagens foram obtidas com o auxílio de um microscópio com câmera acoplada. Para avaliação da atividade fotoprotetora sistêmica do PL, as larvas em estágio L1 foram pré-tratados com o PL nas concentrações de 100 e 300 μg/mL, vertidos para placas de NGM com E.coli OP50 e expostos à uma câmara adaptada com controle de temperatura de 20º C, que incide radiação UV-A em um comprimento de onda constante de 365 nm, por 4 horas, após foi feita análise da sobrevivência, tamanho corporal, tamanho da ninhada e expressão da enzima antioxidante SOD-3. Todos os experimentos foram repetidos no mínimo 3 vezes. Os dados foram expressos como média ± erro padrão. A distribuição Gaussiana foi testada de acordo com o teste de Shapiro-Wilk. A análise estatística foi realizada por análise de variância (ANOVA) de uma via, seguido de pós teste de Tukey. Os valores de probabilidade <0,05 foram considerados estatisticamente significativos. A partir dos resultados obtidos, as concentrações de 100 e 300 μg/mL do PL definiram-se como concentrações seguras, já que não afetaram parâmetros fisiológicos, como a taxa de sobrevivência dos vermes, o tamanho da ninhada e o tamanho corporal, logo, essas foram utilizadas nos demais experimentos. O método de exposição de 4 horas à radiação UV-A no modelo C. elegans causou danos significativos, visto que promoveu uma diminuição na taxa de sobrevivência dos vermes, atraso no desenvolvimento corporal e causou estresse oxidativo pelo aumento da expressão da SOD-3. O fotoprotetor sistêmico Polypodium Leucotomos nas concentrações de 100 e 300 μg/mL apresentou capacidade de proteger contra os danos fisiológicos causados pela radiação UV-A, impedindo que a mesma afetasse a taxa de sobrevivência dos vermes e seu desenvolvimento corporal. Além disso, o PL promoveu intensa atividade antioxidante, que causou diminuição do estresse oxidativo causado pela radiação UV-A em C.elegans. Nosso trabalho sugere que o PL tem efetividade contra os danos sistêmicos causados pela radiação UV-A.

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Publicado
2022-11-23
Como Citar
TREVISAN, P.; CASTRO SILVA, A.; SILVA ÁVILA, D.; ARAUJO AGARRAYUA, D. A SEGURANÇA E O POTENCIAL USO DO POLYPODIUM LEUCOTOMOS COMO FOTOPROTETOR SISTÊMICO CONTRA A RADIAÇÃO UV-A EM CAENORHABDITIS ELEGANS. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.