ANÁLISE DAS DIFICULDADES DO ALEITAMENTO MATERNO POR MAIS DE SEIS MESES, COM MULHERES DA FRONTEIRA OESTE
Rótulo
Saúde, mulher, criança, Aleitamento, materno
Resumo
São inegáveis os benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mulher, sendo que essa prática é fundamental para a criação de vínculo entre mãe e bebê. Entretanto, é preciso destacar que muitas mulheres enfrentam dificuldades na adesão e/ou na manutenção do aleitamento materno, especialmente quando este se estende para além dos dois anos de idade da criança. Nesses casos, muitas vezes, devido à falta de apoio e/ou de orientação, elas acabam optando por alimentar o seu bebê de outras formas e interrompem o aleitamento materno. Com isso, vale destacar que a amamentação prolongada, isto é, quando a criança possui dois anos ou mais de idade, beneficia a saúde materno-infantil, reduzindo inúmeros agravos à saúde. Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi identificar o apoio recebido e as dificuldades vivenciadas por mulheres para manter o aleitamento materno por dois anos ou mais. Trata-se de pesquisa qualitativa, de campo e descritiva, realizada em ambiente eletrônico, por meio da ferramenta Google Forms, com mulheres que atenderam os seguintes critérios de inclusão: estar amamentando seu bebê há mais de dois anos e residir em municípios da Fronteira Oeste (Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui e Uruguaiana). Os critérios de exclusão envolveram as mulheres menores de 18 anos. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2021 a abril de 2022 e obteve a participação de seis mulheres. Os dados obtidos foram submetidos à análise de conteúdo temática. Esta técnica se divide em três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados obtidos e interpretação. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, em 28 de setembro de 2021, sob o número de parecer 5.004.667 e CAAE 50839621.2.0000.5323. A partir da análise dos dados, verificou-se que as participantes relataram que tiveram apoio na adesão ao aleitamento materno. Contudo, à medida que os anos foram passando, esse apoio foi se reduzindo. Logo, constatou-se que as participantes foram desestimuladas a continuar com o aleitamento materno após determinada idade da criança, o que pode levar à frustração entre aquelas que desejam manter, mas interrompem pela falta de apoio e, até mesmo, orientação. A literatura indica que esses achados estão ligados ao desconhecimento da sociedade quanto às vantagens da permanência da prática de aleitamento materno após os dois anos de idade da criança. A obsessão por um prazo que estabeleça o fim do aleitamento e os olhares de julgamento das pessoas causam desconforto e geram culpa e constrangimento às mães. Muitas vezes, o prolongamento na duração do aleitamento materno é considerado exagero ou dependência emocional da criança. Somado a isso, algumas mulheres enfrentam a pressão da família e do companheiro para realizar o desmame, o que, em alguns casos, é justificado pela cultura de erotização do corpo feminino, tendo o seio materno como símbolo sexual. Ademais, três participantes mencionaram dificuldades relacionadas à jornada de trabalho, ao cansaço, ao fato da criança querer o peito só para brincar e o incômodo para amamentar na hora de dormir. Os depoimentos demonstram que a prática do aleitamento materno é singular, podendo diferenciar-se entre as mulheres e famílias. Assim, as atividades diárias, o retorno ao trabalho e o cansaço tornam-se dificultadores para que essas mulheres continuem amamentando. Espera-se que os achados deste estudo contribuam para a elaboração e implementação de estratégias de apoio e promoção ao aleitamento materno por um período maior que os seis meses de vida da criança.Downloads
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Publicado
2022-11-23
Como Citar
BAHI DA SILVA, G.; DAL ROSSO DA CRUZ, M.; ALENDE PRATES, L. ANÁLISE DAS DIFICULDADES DO ALEITAMENTO MATERNO POR MAIS DE SEIS MESES, COM MULHERES DA FRONTEIRA OESTE. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.
Seção
Artigos