FUNGOS COMESTÍVEIS EM ÁREA DE TRANSIÇÃO ENTRE PAMPA E MATA ATLÂNTICA NO SUL DO BRASIL
Rótulo
Identificação, Dieta-humana, Reino, Fungi
Resumo
O Reino Fungi abrange indivíduos macro e microscópicos que estão divididos e classificados em quatro filos, filo Ascomycota, Basidiomycota, Zygomycota e Chytridiomycota que estão presentes em todos os ecossistemas da terra, realizando o papel essencial de ciclagem dos nutrientes. Os fungos do Filo Basidiomycota, que contemplam os populares cogumelos e possuem uma grande variação morfológica, são distribuídos em 1.589 gêneros, chegando ao número de quase 31.000 espécies conhecidas. E também, destaca-se o filo Ascomycota, por possuir grande número de indivíduos dentro do Reino Fungi, com aproximadamente 64.000 espécies distribuídas em 6.355 gêneros. Estes organismos destacam-se dada a sua aplicação na indústria farmacêutica e alimentícia, o que contribui para a economia de pequenos e grandes produtores, uma vez que, nutricionalmente são ricos em minerais como potássio, cálcio, fósforo, magnésio, ferro e outros. Além disso, possuem em sua composição moléculas bioativas, nucleotídeos, polissacarídeos e glicoproteínas que estimulam a ingestão deste alimento. Estas características incentivam cada vez mais a inclusão destes organismos na dieta humana, motivada pelo valor nutricional e ações benéficas relacionadas à saúde humana, tais características acima mencionadas viabilizam a utilização de fungos em pesquisas relacionadas à área da saúde, a fim de buscar tratamentos a partir de compostos presentes nesses organismos. Ainda que tais benefícios incentivem cada vez mais o seu consumo, existe uma lacuna relacionada ao conhecimento popular e científico sobre o uso de cogumelos comestíveis. Bem como, o conhecimento referente à aplicabilidade de espécies nativas dos Biomas Pampa e Mata Atlântica do Sul do Brasil. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo coletar e identificar espécies com potencial de comestibilidade em áreas de transição entre o Pampa e Mata Atlântica no estado do Rio Grande do Sul, Sul do Brasil. Para isto, foram realizadas coletas no município de Santiago, região Centro-oeste do Rio Grande do Sul. Em campo, os basidiomas foram coletados com auxílio de um canivete e embalados individualmente para evitar a contaminação de esporos entre as amostras. Posteriormente, os espécimes foram transportados para o Laboratório de Taxonomia de Fungos da Universidade Federal do Pampa (LATAF UNIPAMPA), campus São Gabriel RS. Para a identificação dos exemplares foram utilizadas chaves de identificação taxonômica e pesquisa em bibliografia pertinente. Como resultante, 11 espécies pertencentes aos gêneros Agaricus, Armillaria, Auricularia, Coprinus, Favolus, Lepista, Macrolepiota, Oudemansiella, Pleurotus e Stropharia, foram catalogadas, distribuídas nas ordens Agaricales, Auriculariales, Boletales e Polyporales. Entre os indivíduos coletados, destacam-se espécies dos gêneros Agaricus, Armillaria, e Pleurotus, que são cultivados e comercializados mundialmente, presentes na culinária regional de muitos países. Além disso, é importante salientar a ocorrência de espécies dos gêneros Oudemansiella, Favolus e Auricularia, que são fungos comestíveis nativos da América do Sul, com grande ocorrência constatada nos biomas das áreas estudadas. A variedade de fungos comestíveis verificada no presente trabalho salienta a importância da preservação das áreas dos biomas Pampa e Mata Atlântica, uma vez que abrangem uma grande diversidade de espécies, muitas destas podendo ser consumidas e incluídas nos hábitos alimentares dos indivíduos que vivem na região. Além disso, esses dados demonstram a possível aplicação biotecnológica de indivíduos nativos em trabalhos referentes à indústria farmacêutica e alimentícia, de utilização ainda limitada em testes relacionados à presente área. Assim, embora os dados aqui apresentados sejam preliminares, os resultados gerados a partir deste estudo visam incentivar a realização de novos trabalhos relacionados à eficiência biotecnológica destes indivíduos. Bem como, pretendem contribuir para o conhecimento relacionado a estes organismos nas áreas estudadas e a diversidade relacionada aos fungos.Downloads
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Publicado
2022-11-23
Como Citar
GALIANO SILVEIRA, V.; FLAVIA ZORZI, A.; AUGUSTO BERTAZZO DA SILVA, F.; LEMOS COSTA, A.; LUIZA KLOTZ NEVES, A.; PUTZKE, J. FUNGOS COMESTÍVEIS EM ÁREA DE TRANSIÇÃO ENTRE PAMPA E MATA ATLÂNTICA NO SUL DO BRASIL. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.
Seção
Artigos