DESEMPENHO_FORRAGEIRO_DO_CAPIM-SUDÃO_EM_SISTEMA_DE_INTEGRAÇÃO_LAVOURA_PECUÁRIA

  • Guilherme Lermen Eggers
  • Bruna Brandão
  • Cleiton José Ramão
  • Luiza Vandrielli Goulart Unamuzaga
  • Deise Dalazen Castagnara
  • Lueli Fernandes Bragança
Rótulo Sudão, ILP, Pastagem, Pecuária, Produtividade

Resumo

Sistemas integrados contemplam a produção agrícola e pecuária, e para esta, o componente forrageiro é fundamental. Podem ser usadas espécies de inverno ou de verão como o capim sudão (Sorghum sudanense) que foi adotado neste experimento. Este foi conduzido em área experimental no Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) com parcelas de 1 hectare semeadas com 30 Kg de semente de capim sudão utilizando o tratamento inicial de 150 Kg de adubo NPK (5-30-15) e 100 Kg de Cloreto de Potássio, sendo que 30 dias após a semeadura foi utilizado 100 Kg de Uréia (45%). Durante o período experimental, o piquete foi pastejado por novilhas Bradford com média de 350 kg de peso vivo (PV) totalizando uma taxa de lotação média de 972 KgPV/ha durante o período do experimento, sendo estas pesadas com uma frequência de 21 dias. Foram conduzidos três ciclos de pastejo com avaliações da produção forrageira, carga animal suportada e qualidade da forragem obtida. Nos dados aplicou-se análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey (5%). O capim sudão teve excelente desempenho forrageiro com produção de matéria seca (PMS) de 3367; 2979; 1947 e 1541 kg/ha nas quatro avaliações realizadas, respectivamente, com uma PMS total de 9834 kg/ha. O período de pastejo foi de 10/12/2021 a 04/02/2022, totalizando 56 dias de pastejo. O ganho médio diário (GMD) foi de 0,750 kg, com valores de 0,700; 0,630 e 0,900 para os três intervalos de pastejo, respectivamente, além de um ganho de 4 KgPV/ha diariamente. Na composição bromatológica da forragem ofertada aos animais obteve-se forragem com maior qualidade nutricional nos dois primeiros ciclos de pastejo, onde a Fibra em detergente neutro (FDN) se manteve próximo ou abaixo de 60% e o consumo de matéria seca (CMS) em % do peso vivo se manteve acima de 2%. A fibra em detergente ácido (FDA) foi elevada em todas as amostragens (1ª: 455 g/kg; 2ª: 459 g/kg e 3ª: 462 g/kg), visto que valores acima de 400 g/kg limitam a digestibilidade da forragem. Os valores de fibra em detergente neutro (FDN) foram de 549; 613 e 758 g/kg, respectivamente, e permitiram consumos de MS em percentual do peso vivo (CMSPV) de 2,3; 2,04 e 1,6%. No terceiro ciclo o valor nutricional da forragem produzida foi bastante reduzido em função da entrada da pastagem no ciclo reprodutivo, com emissão de inflorescência e cessamento da emissão de folhas. A proteína bruta (PB) decresceu com o ciclo forrageiro, com valores de 147; 126 e 115 g/kg, respectivamente na 1ª; 2ª e 3ª amostragens. Da mesma forma a digestibilidade decresceu de 534 para 529 g/kg e o valor relativo da forragem (VRF) de 938 para 649 g/kg. Este representa um decréscimo de 30,8%, devido ao avanço do ciclo forrageiro, com entrada da forragem no ciclo reprodutivo e à lignificação da pastagem, especialmente dos colmos para darem sustentação à estrutura reprodutiva. Considerando a estiagem que acometeu Uruguaiana no verão 2021/22, pode ser considerado que a pecuária na pastagem de capim sudão sem irrigação apresentou satisfatório ganho produtivo. Mesmo com o longo período de estiagem que foi responsável por diminuir a longevidade da pastagem, o capim sudão mostrou ter um ótimo rendimento, chegando à quase 10 ton/MS por hectare. Essa afirmação baseia-se não somente no ganho de peso dos animais, mas no ganho do sistema, pois com esta taxa de ganho de peso, a pastagem representa mais uma alternativa de rotação de culturas para compor um sistema de produção integrada. Portanto, conclui-se que a utilização da pastagem de capim-sudão é uma ótima opção para sistemas de Integração Lavoura-Pecuária na região da fronteira oeste, garantindo por sua vez boa produção de volumoso para o pastejo dos bovinos, sendo que sua produção foi responsável por um Ganho de peso diário de aproximadamente 0,75 kg, mostrando ter potencial para alavancar a produção pecuária da fronteira oeste.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2022-11-23
Como Citar
LERMEN EGGERS, G.; BRANDÃO, B.; JOSÉ RAMÃO, C.; VANDRIELLI GOULART UNAMUZAGA, L.; DALAZEN CASTAGNARA, D.; FERNANDES BRAGANÇA, L. DESEMPENHO_FORRAGEIRO_DO_CAPIM-SUDÃO_EM_SISTEMA_DE_INTEGRAÇÃO_LAVOURA_PECUÁRIA. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.