ALTERAÇÕES PLASMÁTICAS OBSERVADAS EM PACIENTES CANINOS ATENDIDOS NO HCV-UFPEL

  • Julia Bandeira
  • Julia Manuela Brunes Bandeira
  • Juliana Montiel Nunez
  • Fabiane de Holleben Camozzato Fadrique
  • Ana Carolina Ribeiro Rosa
  • Marcela Brandao Costa
  • Ana Raquel Mano Meinerz
Rótulo Alterações, plasmáticas, caninos, hemograma

Resumo

As alterações plasmáticas muitas vezes revelam condições enfermas que podem ser silenciosas, como hepatopatias, endocrinopatias e quadros hemolíticos. Nesse contexto a avaliação laboratorial fornece dados que podem anteceder determinadas sintomatologias, como no caso de um plasma ictérico que ocorre previamente a um quadro ictérico no paciente avaliado. No entanto deve se considerar que algumas alterações plasmáticas como plasma lipêmico e hemolítico podem ser em decorrência de erros pré-analíticos, o que também auxilia na interpretação do hemograma, visto que a avaliação plasmática faz parte da análise. Considerando a importância das informações que o plasma pode fornecer ao clínico e como essas são úteis na melhor condução do paciente enfermo ou hígido o presente estudo objetivou avaliar e discutir as alterações descritas nas observações do hemograma referentes ao plasma sanguíneo correlacionando com a suspeita clínica. Para a realização do estudo foram avaliadas 50 amostras de pacientes caninos com condições enfermas diversas atendidos no HCV-UFPel. Todas as amostras foram processadas imediatamente após a coleta no LPCVet-UFPel com a avaliação das características do plasma sanguíneo, etapa essa inserida na execução do hemograma, conforme descrito na metodologia inserida no POP do laboratório. Os dados avaliados demonstraram que as alterações mais frequentes foram plasma hemolisado correspondendo a 44% (22/50), seguidos pelo plasma ictérico com 24% (12/50) das amostras avaliadas. Sendo ainda observadas plasma lipêmico e hemolisado em 18% (9/50) e em menor porcentagem com 14% (7/50) plasma lipêmico. Com relação ao plasma hemolisado a alteração foi observada em pacientes portadores de doenças infecciosas como leptospirose e cinomose, além de enfermidades crônicas como neoplasias e cardiopatias. Também foi evidenciado em endocrinopatias como hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo além de situações envolvendo traumas e pacientes com sintomatologia inespecífica. No entanto a maior frequência da alteração plasmática foi observada nas avaliações pré-cirurgicas de pacientes hígidos, correspondendo a 45,4% (10/22) das amostras analisadas. Esses resultados sugerem que a hemólise tenha sido provocada no momento da coleta, correspondendo a um erro pré-analítico. O plasma ictérico, por sua vez, foi observado em pacientes com diagnostico de cinomose, linfoma e gastrite viral, com uma maior porcentagem em pacientes com leptospirose correspondendo a 33,3% (4/12) seguidos pelos hepatopatas com 25% (3/12). O que era esperado frente as condições enfermas descritas em que podem afetar diretamente ou indiretamente o parênquima hepático, acarretando em uma icterícia hepática. Ou mesmo icterícia pré-hepática como no caso da leptospirose devido as condições hemolíticas esperadas na enfermidade. Com relação ao plasma lipêmico e hemolisado esse foi evidenciado em pacientes com quadro de pseudociese, doença renal crônica e um cão com diagnóstico de mastocitoma. Foi observado, no entanto uma maior frequência em pacientes hígidos submetidos a avaliação pré-cirurgica, representando 44,4% (4/9) amostras avaliadas. O que também pode ser explicado por erros pré-analíticos em que a coleta e o jejum inadequado favoreceram a alteração. O plasma lipêmico, por sua vez, foi visto na sua maioria em tumores, representando 85,7% (6/7) amostras avaliadas. Vale ressaltar que a lipemia pode facilitar a hemólise o que certamente vai interferir na interpretação do eritrograma. Frente aos resultados, pode-se concluir que a alteração plasmática mais frequentemente observada em cães foi o plasma ictérico seguido pelo hemolítico, ressaltando que as hepatopatias e doenças hemolíticas foram mais frequentemente associados a alteração, enquanto possíveis erros pré-analiticos possam estar associados ao plasma hemolítico observado no estudo.

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Publicado
2022-11-23
Como Citar
BANDEIRA, J.; MANUELA BRUNES BANDEIRA, J.; MONTIEL NUNEZ, J.; DE HOLLEBEN CAMOZZATO FADRIQUE, F.; CAROLINA RIBEIRO ROSA, A.; BRANDAO COSTA, M.; RAQUEL MANO MEINERZ, A. ALTERAÇÕES PLASMÁTICAS OBSERVADAS EM PACIENTES CANINOS ATENDIDOS NO HCV-UFPEL. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.