SURTO DE ECTIMA CONTAGIOSO (ORF) EM OVINOS

  • Manoela Larré Oyhenard
  • Fernanda Lusardo Gonzaga
  • José Conrado dos Santos Jardim
  • Mário Celso Sperotto Brum
Rótulo ORFV, Ovinos, Ectima, contagiosa, PCR

Resumo

SURTO DE ECTIMA CONTAGIOSO (ORF) EM OVINOS Manoela Larré Oyhenard, discente de graduação, Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana, Fernanda Lusardo Gonzaga, discente de pós graduação, Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana, José Conrado dos Santos Jardim, discente de pós graduação, Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana Mário Celso Sperotto Brum, docente, Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana manoelaoyhenard.aluno@unipampa.edu.br No Estado do Rio Grande do Sul, a ovinocultura está concentrada na região da campanha e fronteira oeste. Os ovinos são afetados por diversos agentes patogênicos e o vírus do Ectima Contagioso (ORFV) é o agente etiológico do ectima contagioso, também denominado boqueira em algumas regiões do país, possuindo grande relevância dentro do nosso estado. O vírus possui distribuição mundial e é endêmico na maioria dos países que possuem criação de ovinos, podendo permanecer viável em crostas nas pastagens durante vários meses ou até anos. O ORFV possui genoma dsDNA e envelope, sendo classificado na família Poxviridae, sub-família Parapoxvirinae. Além de infectar ovinos, caprinos e outros pequenos ruminantes, pode também infectar humanos, sendo considerado uma zoonose. As taxas de morbidade após a introdução do agente em rebanhos, podem atingir 100%, mas a mortalidade é geralmente baixa e deve-se, principalmente, a complicações secundárias e inanição em cordeiros jovens, devido as lesões. O vírus penetra através de abrasões na pele, ficando geralmente restritas aos sítios de entrada do vírus, como o epitélio dos lábios, narinas e mucosa oral. O período de incubação varia de 2 a 6 dias, e as lesões progridem pelos estágios de eritema, vesícula, pústula, pápula e crostas. O objetivo do trabalho é descrever os sinais clínicos, as características epidemiológicas, diagnóstico laboratorial e as medidas de controle adotadas em um foco de Ectima Contagioso em ovinos. A ocorrência de dermatite pustular foi diagnosticada clinicamente em um rebanho de 600 ovinos, com idades variadas, da raça Ideal, no munícipio de Uruguaiana, RS. Foi realizada avaliação clínica e epidemiológica do rebanho, bem como a coleta de crostas das lesões de ovinos para extração de DNA viral e realização de PCR. Os sinais clínicos consistiram de lesões proliferativas e crostosas principalmente na região da face (boca, comissura labial e lábios), narinas e esporadicamente nos membros. A intensidade dos sinais clínicos, na maioria dos animais, apresentou-se de forma moderada, com alguns animais apresentando lesões severas. Os casos foram registrados durante o mês de outubro de 2021 e aproximadamente 60% do rebanho foi afetada, principalmente a categoria de cordeiros. O DNA extraído das crostas confirmou a presença do ORFV pela amplificação parcial do gene BL2 por PCR. Como medida de controle e prevenção da disseminação do agente, os animais que apresentavam lesões (moderadas a severas) foram tratados com solução de iodo 10% pelo menos três vezes por semana, até a regressão dos sinais clínicos e também foi realizada a vacinação de todo o rebanho. O surto foi controlado em 60 dias, não sendo observada mortalidade associada a lesão ou contaminação secundária nos animais acometidos pelo vírus. Também não foi registrado a ocorrência de casos sugestivos em humanos. Os resultados demonstram que a Ectima Contagiosa é uma doença que pode afetar uma parcela considerável do rebanho, com caráter epidêmico e disseminado por todas as categorias. O diagnóstico molecular (PCR ou PCR em tempo real) para detecção do DNA viral, é rápido e fácil de ser realizado em laboratório. As medidas de controle surtem efeitos positivos e evitam o agravamento das lesões. Assim sendo, os produtores rurais devem estar atentos aos primeiros casos suspeitos, evitando assim, a disseminação do vírus, a realização da confirmação laboratorial através de técnicas moleculares e implementar as medidas de controle dentro do rebanho.

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Publicado
2022-11-23
Como Citar
LARRÉ OYHENARD, M.; LUSARDO GONZAGA, F.; CONRADO DOS SANTOS JARDIM, J.; CELSO SPEROTTO BRUM, M. SURTO DE ECTIMA CONTAGIOSO (ORF) EM OVINOS. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.