ACHADOS BIOQUÍMICOS EM PACIENTE COM ESPOROTRICOSE

  • Júlia Santos Preto de Oliveira
  • Jessica Krüger Nunes
  • Lory Luisa Jacques de Castro Rizzatti
  • Mirela Mallmann Schmalfuss
  • Francesca Lopes Zibetti
  • Paula Priscila Correia Costa
Rótulo Dermatologia, veterinária, felinos, fungos

Resumo

A enfermidade esporotricose, causada pelos fungos do gênero Sporothrix, é classificado como uma micose subaguda ou crônica, a doença possui maior acometimento em felinos, porém também possui histórico de ocorrência em outras espécies, como humanos. A doença possui diversas apresentações incluindo: Forma cutânea localizada, linfocutânea, disseminada ou linfática e em alguns casos pontuais extracutânea, seus sinais clínicos podem se manifestar desde alterações subclínicas até sistêmicas fatais, em grande parte dos relatos de caso são citados os seguintes sinais: Pápulas nodulares e úlceras com secreção purulenta ou hemorrágica, possuindo como partes do corpo mais acometidas cabeça, principalmente nariz e orelhas, região cefálica, cauda e membros posteriores. Os exames que irão auxiliar no diagnóstico serão o citológico, histopatológico, hematológicos e bioquímicos, porém os dois últimos exames supracitados são inespecíficos, podendo ser indicadores de infecções sistêmicas. Portanto, o objetivo do resumo é evidenciar os achados bioquímicos encontrados em felídeo macho, contrastando possíveis causas e em paralelo com a literatura trazer seus diferenciais. A metodologia utilizada para a produção do resumo foi exame clínico, exame citológico e exame bioquímico. O paciente, felino, macho e fértil com 3 anos, buscou atendimento no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal de Pelotas (HCV - UFPel), com o histórico de prévio atendimento por queixa principal de claudicação do membro torácico direito, apresentando melhora após terapia prescrevida pelo colega médico veterinário, foi ao HCV - UFPel com nova queixa de lesões localizadas na face há alguns meses, relatando suspeita de esporotricose, na qual já estava tratando com o uso de itraconazol, mesmo sem exames prévios com o diagnóstico definitivo. Após, foram feitos exames complementares para o diagnóstico da possível esporotricose, sendo comprovado após exame citológico crescimento fúngico de Sporothrix sp, outrossim foi feito exame bioquímico que apresentou baixa uréia e alta albumina. Em paralelo com a literatura, a alta albumina é um diferencial no caso relatado, pois geralmente é observado em casos de esporotricose a hipoalbuminemia, ou seja, queda de albumina do sangue, na qual tem função crucial de regulação do volume sanguíneo, controlando a pressão na cavidade sanguínea, o resultado do paciente é fisiologicamente normal em relação aos felídeos que podem apresentar níveis de albumina ligeiramente mais elevados. Outro diferencial encontrado no exame bioquímico do paciente foi seus níveis de ureia moderadamente baixos, nos quais, em literatura, são descritos como geralmente aumentados como um efeito colateral do uso contínuo do antifúngico Itraconazol, no caso da amostra do felino os níveis apresentados ainda podem ser considerados fisiológicos, porém é necessário monitoramento, caso os números caiam pode indicar possível hiper-hidratação ou problema hepático. Possíveis respostas para os dados apresentados seriam a possível estabilização da doença com o tratamento, respondendo a alta albumina no sangue de modo fisiológico, e o uso ainda não prolongado do antifúngico, respondendo a uréia moderadamente baixa, em questão da não incidência do efeito colateral do itraconazol, porém o acompanhamento seria extremamente necessário, pois com o uso contínuo esses níveis podem modificar radicalmente. Destarte, o caso apresenta como os achados bioquímicos podem variar de acordo com o avanço da doença, tratamento e tempo prescrito, não possuindo valores fixos e sim valores que vão de acordo individualmente com cada paciente e sua anamnese.

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Publicado
2022-11-23
Como Citar
SANTOS PRETO DE OLIVEIRA, J.; KRÜGER NUNES, J.; LUISA JACQUES DE CASTRO RIZZATTI, L.; MALLMANN SCHMALFUSS, M.; LOPES ZIBETTI, F.; PRISCILA CORREIA COSTA, P. ACHADOS BIOQUÍMICOS EM PACIENTE COM ESPOROTRICOSE. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.