ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS E DIFERENCIAIS EM CASO DE FIBROMA VESICAL EM CÃO
Rótulo
Neoplasia, benigna, vesical, Alterações, ultrassonográficas, Vesícula, urinária, Diagnóstico, ultrassonográfico
Resumo
Neoplasias de vesícula urinária (VU) possuem importante relevância na rotina clínica de pequenos animais e seu diagnóstico é comumente atrelado aos exames de imagem, como a ultrassonografia. Este apresenta-se como um método de fácil acesso, não invasivo, que permite a avaliação da VU, possibilitando a percepção de afecções que possam levar a perda de estratificação epitelial e alteração de sua característica estrutural, como no caso das neoplasias. Objetiva-se com o presente relato descrever os principais achados ultrassonográficos e diagnósticos diferenciais de fibroma vesical. Um canino, fêmea, da raça American Bully, pesando 31,0 kg chegou ao Hospital Veterinário Universitário com queixa de quadros de hematúria. Ao exame físico constatou-se apenas hiperemia em mucosa vaginal. Foram solicitados exames hematológicos, os quais não apresentaram alterações, urinálise, a qual foi sugestiva de infecção bacteriana e ultrassonografia abdominal. No exame ultrassonográfico evidenciou-se presença de estrutura pedunculada intraluminal em margem cranial da VU, medindo cerca de 1,21cm de diâmetro, homogênea hipoecogênica, com contornos regulares e aderida discretamente ao epitélio, alterações características de cistite polipoide ou neoplasia urinária. Ainda, foi observado espessamento difuso de parede, sem demais achados. Após 14 dias a paciente retornou para avaliação, onde realizou-se cateterismo guiado por ultrassom para citologia esfoliativa da região nodular, a qual foi sugestiva de Carcinoma de Células Escamosas. Após o procedimento cirúrgico para remoção do nódulo o histopatológico definiu que se tratava de um fibroma, neoplasia benigna de origem mesenquimal. A recomendação do exame ultrassonográfico na suspeita clínica de doenças do trato urinário inferior é frequentemente associada a alta sensibilidade desta modalidade em averiguar alterações em estratificação de parede e conteúdo intraluminal, relacionando também à interpretação frente aos achados de imagem, como a conformação e localização das estruturas, que norteiam a conduta clínica para um método diagnóstico definitivo. De acordo com a literatura, neoplasias benignas de VU, como os casos de fibroma, tem ocorrência rara e são caracterizados ultrassonograficamente como estruturas organizadas e circunscritas, de ecotextura homogênea e não-invasivas ao epitélio, como visto neste caso. Já tumores vesicais malignos apresentam-se em arranjo desorganizado, com irrigação sanguínea ao uso do modo Doppler, são invasivos ao epitélio, possuem contornos irregulares e ecogenicidade variável entre áreas hiperecóicas e hipoecóicas, abrangendo muitas vezes regiões fibróticas ou necróticas, a exemplo do Carcinoma de Células de Transição, sendo o de maior ocorrência, e o Carcinoma de Células Escamosas. Os aspectos ultrassonográficos descritos sobre neoformações benignas em VU, na maioria das vezes, não permitem sua diferenciação dos cistos polipoides, isto porque estes apresentam-se equivalentes quanto a densidade tecidual e formato, resultando em uma imagem sonográfica semelhante em ambos os casos. Outros tipos de exame de imagem podem ser utilizados como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. De qualquer forma, o diagnóstico definitivo se dá apenas por biópsia ou histopatológico. Apesar disso, pode-se concluir que a ultrassonografia é indispensável para os diagnósticos de doenças do trato urinário, pois apresenta-se como um método acessível, de baixo custo que fornece informações imprescindíveis para o direcionamento diagnóstico das alterações benignas e malignas envolvendo a parede da VU.Downloads
Não há dados estatísticos.
Publicado
2022-11-23
Como Citar
VITÓRIA HÖRBE, A.; EDUARDA RODRIGUES COSTA, M.; KONRAD NAVA CALVA, C.; EULA MARQUES, L.; RIOS LIMA MACHADO, I. ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS E DIFERENCIAIS EM CASO DE FIBROMA VESICAL EM CÃO. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 2, n. 14, 23 nov. 2022.
Seção
Artigos