SINTOMATOLOGIA CLÍNICA DE ASMA FELINA

Resumo

A asma felina é descrita como uma reação alérgica do organismo frente a um ou mais alérgenos. A prevalência dessa doença se dá em felinos de 4 a 5 anos, porém há relatos de apresentação clínica de asma em animais mais jovens. De forma geral, os sinais clínicos apresentados nos quadros de asma podem ser os mesmos identificados em outras doenças respiratórias, dificultando assim o diagnóstico de asma apenas por sintomatologia clínica e exame físico geral. Há duas principais doenças que acometem o trato respiratório inferior em felinos: asma e bronquite crônica, sendo extremamente difícil diferenciar uma da outra. Segundo a literatura, os felinos podem apresentar um quadro agudo ou crônico de asma. Os sintomas apresentados em uma crise aguda de asma são principalmente taquipneia, dispneia e cianose. Já os sintomas clínicos de um quadro asmático crônico são tosse e dificuldade respiratória. Ainda, no exame físico é possível identificar sibilo na ausculta pulmonar. A sintomatologia sistêmica não está presente na maior parte dos casos abordados. Um dos métodos utilizados para auxiliar na investigação do diagnóstico de doenças pulmonares é o exame radiográfico. Na radiografia de tórax é possível identificar diversas alterações pulmonares, porém nenhuma característica do quadro clínico de asma. Sendo assim, a utilização apenas do exame radiográfico não é suficiente para conclusão do diagnóstico. Contudo, é necessário a realização de outros exames complementares, como a ecocardiografia, a fim de descartar possíveis alterações cardíacas que possam implicar nos pulmões. Também, o exame de hemograma auxilia na detecção da presença de eosinófilos presentes no sangue, podendo indicar processo alérgico em curso no organismo. Diante dos dados apresentados, o objetivo deste trabalho é apresentar a sintomatologia clínica sugestiva de asma encontrada em um paciente felino, macho, que foi atendido no Hospital de Clínicas Veterinária da Universidade Federal de Pelotas e evidenciar a importância do diagnóstico correto para definir o protocolo terapêutico adequado para o paciente. Este trabalho foi baseado na literatura encontrada em plataformas digitais, em comparação com caso clínico atendido no Hospital de Clínicas Veterinária da Universidade Federal de Pelotas. O paciente em questão é um felino, macho, castrado, de 1 ano e 8 meses de idade. O paciente possui acesso livre à rua. A principal queixa clínica apresentada pelo tutor na consulta foi tosse e dificuldade de respiração. Já havia realizado tratamento anteriormente para tais queixas, porém não houve melhora a longo prazo. O tratamento medicamentoso inicial foi a administração de amoxicilina com clavulanato, durante 10 dias, meloxicam, durante 10 dias, e corticóide durante 7 dias. Durante o tratamento, a tosse aparentemente havia cessado, porém o paciente continuou apresentando os sinais clínicos no fim do tratamento. Um novo protocolo terapêutico foi iniciado, com a administração de Tussedan (antitussígeno, mucolítico e expectorante) durante 7 dias. Após, foi realizado exame radiográfico, no qual foi identificado edema pulmonar. Diante desse achado, foi administrado furosemida no paciente. Esse protocolo auxiliou na melhora da sintomatologia clínica. Durante o novo exame físico realizado no paciente, foi identificado estertor na ausculta de ambos pulmões. Para auxílio do diagnóstico, foram solicitados exames de hemograma, bioquímica sérica, ultrassom e ecocardiograma, a fim de descartar possíveis doenças cardíacas. O laudo ecocardiográfico não revelou nenhuma alteração cardíaca. Diante dos dados apresentados e dos resultados obtidos, foi possível afirmar o diagnóstico de asma no paciente. Logo, conclui-se que a utilização de métodos complementares de diagnóstico são imprescindíveis na detecção de doenças pulmonares em felinos, tendo como principal objetivo a escolha do protocolo terapêutico satisfatório.